“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

26/12/2009

Pensamentos soltos IV

…renasces da cinza, amordaçado pelo tempo
Montas o teu cavalo com língua de fogo, na busca incessante
Da voz que te dê alento.
…tormento se faz a vigência que não escassa
Algoz… se faz o desalento que envolve a tua sensatez
Por onde vais que não dizes?
Serás tu o cavaleiro prateado com espada de vento?
Ou apenas a brisa do espectro transeunte?
Ah! Não sei que ruas ou montanhas cruzas…
Ou se as caravelas que o mar embala, são a cama que te acolhe
Não sei se te olhe…
…ou se enfrente o teu mirar…
Talvez te envolva…talvez com um leve respirar…
Quem sabe… na queda dos teus cabelos macios…
…encontre o significado do verbo amar

(Lúcia Machado)

04/12/2009

Pensamentos soltos III

De que servem as asas, se não consegues voar?
São mais um peso morto que carregas…
Rastejas, porque de nada te servem as ditas de fogo
E o ar que sorve, expele a vida em ti
Deambulas por entre montanhas da tua penitência
E nos pés sangrados, nem mesmo as tuas sandálias feitas pó
Te elevam a Alma
Se a noite se encarrega de te embalar
São os dias que te fazem acordar, para a pena imposta
Escova o cabelo, solta as asas…
…mesmo inúteis, elas te farão sonhar, que um dia será possível voar.


(Lúcia Machado)


24/11/2009

Pensamentos soltos II

…de que adianta rasgar com a ponta dos dedos o negro do dia?
De nada te vale o coração que sangra, impuro pelos pensamentos de morte.
Chama-la de:
- Meu amor (agridoce)
…estendes-lhes os braços, ansioso que ela se deite no teu colo…
De que te servem os tambores que clamam a chegada da maldita?
Não vês que ela é uma miragem do silêncio em surdina?
Não abraces a morte, ela é apenas o engodo da doce calmaria…
Alcança a luz que ilumina o teu olhar…
Leva o teu corpo até à Lua e faz da noite fria o sonífero para o desalento
De que servem os corvos que te arrancam os olhos?
De asas negras anunciam a tua morte…
…desejas essa sorte?
Em furtivas bicadas, que te rasgam a pele até aos ossos…
… ao redor da fogueira soam os cânticos fúnebres


(Lúcia Machado)




Pensamentos soltos I

E…
Solta-se, como mais um dia, que chega em silenciosos passos
Talvez a face seja rosada, assim como a aveludada pele do pêssego
Tem cabelos macios, como o sedoso e fino cetim
Seu corpo esguio em boca romã
Braços que se perdem em abraços apertados
Longínquos olhos cor de avelã
Pernas modeladas ao mais alto e subtil enformar
Mãos que deslizam pelo corpo imobilizado
Dedos que dão corda, ao inicio da transformação do ser
Eclodem suspiros e desejos … unem-se num único respirar
E no baú traçado… encontra-se o velho corpo… fechado
E um coração… encontra outro

E os dois… palpitam em uníssono como um único ser

(Lúcia Machado)

17/11/2009

Porque a vida não é feita só de dor…

Ao longo de muito tempo tenho acompanhado alguns blogs, Poetas e Poetizas, alguns de Amor outros de imensa dor…
Existem aqueles que nos marcam com a sua imensa alegria, mas, os que mais me cativam são aqueles de imensa tristeza… não sei, talvez por me identificar mais com a dor… com o doce ópio da melancolia… Gostava de ter o dom de “curar” tristezas, de reparar corações partidos… de colar as pecinhas da Alma em turbilhão…de ressuscitar da morte inevitável, todos os corpos apunhalados pela dor…
Há dores de perda irreparável, dores de Saudade… Mas, o que faz de nós guerreiros destas dores sem fim, é a capacidade de olhar de frente, de expor o peito às balas e combater as mazelas da vida, que por vezes é tão cruel, e com um sorriso derrotar todos os “monstros” que insistem em nos devorar a mente, a Alma e até os sentidos…
Não há pior derrota, do que deixar que a vida nos derrote…
Dedico estas palavras, a todos aqueles que sofrem de alguma maneira, seja por Amor, por perda, saudade ou mesmo pelo descontentamento da vida…
Podem não ajudar… mas, fica a intenção…
Nunca se deve desistir… a vida traz-nos as maiores surpresas quando ficamos de braços abertos para a receber… sei do que falo…

"Atrás de uma montanha, existe sempre uma maior!"


A Tristeza

Chegou um dia, instalou-se e não mais quis sair
Encorajei-a a ficar, e agora?
Mesmo sem saber, tinha de substituir a perda por algo
…então aceitei a dor, sem prazo ou dia marcado para ir embora.

Ela entranhou-se, seguiu caminho pela minha Alma fora
Apoderou-se dos sentidos
…comandou os movimentos que julguei perdidos…
Tomou de assalto a vida, que não reconheço agora

E a doce alegria de viver...
Deu lugar, à vontade de morrer…

(Lúcia Machado)



…e assim revejo os sentires de outrora, noutros sentires de agora…

16/11/2009

…Teu nome, reconhecido a cada ausência, a cada dobrar da esquina nua e crua… na voz que o vento assobia…, trás as sílabas do teu novo “eu”… misto de um cheiro raro, uma brisa que sopra o doce aconchegar no casulo… esse, protegido por um mar revolto na dor da carne… nasce um outro “eu” também… e num tempo agora distante, arrastam-se as tábuas do meu caixão, intitulado…

aqui jaz: ”um antigo eu”

…talvez inanimado pelo doce ópio da paixão…


(Lúcia Machado)

03/11/2009

Num grito... (devaneios contínuos)

…na clausura das mãos sossegam velhos e lamuriosos sussurros
Deita os olhos por terra, absorve a chuva pelos poros em efervescência crescente
… na languidez do teu corpo, fustiga com os cabelos o rosto desgastado pelo tempo
Nada é eterno. Apenas a memória que nos atraiçoa, é evidente na realidade formada pelo pensamento.
Em benevolentes contrastes, erguem-se as vozes outrora silenciadas pelo calor que queima em silencioso tormento.
Semeiam-se lágrimas por uma terra inanimada,

desvirginada e morta, pelas pisadas de imponentes transeuntes, rasgados do corpo até à alma.
De nada mais servem… as breves passadas que dás, em torno de ti mesmo.
Será que não vês, que quanto mais foges, mais o mundo se comprime e implode a tua volta?!
É no coração do tempo, que se sente o pulsar da vida… onde renascem os teus filhos, num grito e a uma só voz.

(Lúcia Machado)

23/10/2009

Lamento

…não são apenas palavras, que chegam com o vento
Já nada espera os teus olhos marejados
Cristalinos, ausentes do querer terreno
Levitas agora, para além do consciente
Flutuas entre real e o irreal
Nem os pensamentos se apoderam mais de ti
...o certo e o incerto
Não fazem mais sentido
Rasgado o corpo, lamenta o cair da noite
Imóvel e rígido
Toma de assalto o ar que respira
Nem a folhas meladas pelo vento
Rasgadas pela chuva
Calam o teu lamento
Não mais tem saudades de um tempo perdido
O ser comprime-se e contorce-se
A cada nota… a cada chorar da guitarra lamuriosa
…as mãos, calejadas…
O amparo das lágrimas que regam o coração
E nem as palavras ausentes do vento
Nem as flores meladas pela chuva
Calam o silencioso tormento
…do corpo inanimado, quebrado sobre o tempo

(Lúcia Machado)

09/10/2009

A minha casa


A minha casa é um rodar de emoções
Nela habitam dilemas, poemas e canções
A minha casa tem paredes de leve luzir
Caiadas, a fresco orvalho da manhã
Os telhados são cobertos de folhas papel mate
Tem pinturas irreais, como o sentir da alma em desafogo
…as cortinas…
(Bem, terá cortinas ou não?)
Humm…
Tem sim!
As cortinas são feitas de… do tecido das estrelas
Tem unicórnios cor de fogo que irrompem pelo
Negro do céu.
(Jardim?)
Sim… também tem jardim com cheiro a terra molhada
Tem cães e gatos, ciosos do Sol que o beija ao amanhecer
… Existe também, um banco à entrada da varanda
e um baloiço para voar até ao limite da alma
…ainda uma fonte de peixes prateados
Um breve camaleão camuflado, que rodeia a espécie de lago
…Mais os pássaros de asas luzentes
A minha casa, tem a mãos dos poetas com coração de marfim
Olhos, que transparecem o pulsar da vida
…em minha casa, habitam todos os desejos, humores, amores…
Cada um, no espaço devidamente arrumado.
A minha casa, é de novo, paredes caiadas a um branco imaculado…

(Lúcia Machado)

07/10/2009

Diário...

Caminho sem saber por onde vou
Nos braços, carrego a solidão
Por mais que me rodeiem,
Por mais, que as mãos afaguem o meu rosto…
Tenho momentos de imenso silêncio.
Sou como a chuva que cai
Mesmo rodeada de outras gotículas
Caio sempre sozinha
…procuro o meu lugar neste imenso solo que me acolhe
E mesmo que me olhe…
… não me vejo
Gosto do som que as minhas semelhantes fazem
São como folhas soltas ao vento
E nessa liberdade me encontro
Na queda livre que me espera
…sou muito mais que uma simples quimera
Essa coisa resultante da imaginação
…sou corpo, alma…
…Gota de orvalho que desliza ao encontro da tua mão.





(Lúcia Machado)

29/09/2009

...deixas-te cair...
embriagada pelo odor da terra molhada
...sentes o reflexo da água cristalina, que corre margem abaixo...
fria, límpida, como um cristal transparente, nú e crú

...a brisa leva-te por onde sonhaste
outrora presa, apenas imaginavas os campos verdejantes
...agora menos distantes

Voas sem sentido, ou prisão que te impeça
assobias em ténue cumplicidade com o vento
Lavas o corpo empoeirado, por tantos dias de clausura
Agora sentes o doce sabor da liberdade

...sabes as cores quentes da estação que se avizinha
deixas-te cair...
sobre esse manto que te cobre de novos odores...

Folha foste...
...agora jaz o corpo na tua cama
que irá dar lugar ao alimento
Um dia, voltarás a nascer nas asas do vento



(Lúcia Machado)


22/09/2009

Silencio no teu gesto
…Nas palavras que esvoaçam coladas
ao sorriso, e na tua voz
Rodopio na valsa que o teu olhar envolve
São as mãos, o palco da tua vida…
…da minha vida também.

Abraço-te de novo…
E sempre, também, a cada breve renascer
Escrevo na areia do deserto o teu nome
Por entre os dedos
…fixo um olhar apaixonado…
Verto-me em ti rasgando a fome
Pedaço de hábitos estranhos.

Silêncios bordados em inabaláveis sentimentos
Eu sem ti, esperando o teu olhar
Tu sem mim…
Estranho pedaço do meu mundo
Nós…
… Um só, cruzando este mar
Num simples toque profundo.

(Lúcia Machado)

02/09/2009



...se me chamas
Reconheço agora o meu nome
Já não é mais fome!
É vida…
É amor…
É sonhar…
É o enrolar de ti em mim
És Sol que chega de mansinho
…trazes carícias nas breves palavras de carinho
És água fresca, em dias quentes de Verão
O sabor agridoce, envolto em açucar, do fresco limão.
E nos teus braços, carregas baús de sonhos prata
Confundo-te com as cortinas do meu quarto
Assim como te confundes
…com a amena brisa da manhã
Deslizo-te pela alma
Procuro-te no infinito do teu olhar
E se te encontro…
Perco-me a mim, dentro de ti…

(Lúcia Machado)


13/08/2009

Novo silêncio

Este silêncio que procuro
Não é o silêncio das palavras
É o silêncio de mim…
Perdi-o e não sei como o encontrar
Numa qualquer esquina ele se perdeu
Cruzou-se com outro silêncio e desapareceu
Preciso do silêncio das aves,
…do mar em harmonia
E da gélida espuma branca e fria
Preciso do silêncio dos teus passos
…Do silêncio das montanhas a roçar o céu
Preciso desse silêncio de mim…
Das cascatas e dos campos em flor
Do rio que corre de mansinho, faze-lo meu
Preciso do silêncio…
…do silêncio…do silêncio…
Em mim…

(Lúcia Machado)

10/08/2009

Corpo

Corpo…estranho…refeito… estranho…corpo…
…Cifras do recanto das mãos que te percorrem
Nada mais se oculta na carne rosada do pensamento
Braços envoltos nos beijos
Pernas esguias, sedosas, formam laços
...São olhos penetrantes...

Outrora distantes
Num mundo sozinho de corações ofegantes
Espaço no contrabalanço das horas em sintonia

Ao encontro do peito fechado
Estrelas eclodem na noite fria
A Lua parideira, traz do vácuo escuro
A momentânea esperança
Desliza-te no corpo a respiração da humilde alegria
Elevo-me do fundo de ti…
Num espasmo da vida…
…Sei que renasci…
E no vento, chega a palavra, que ao de leve me embalará
Abro a janela…
Perco-me no sono dos teus olhos avelã
Antes que, em mim desperte o grito da manhã

(Lúcia Machado)

29/07/2009

Se acordo…
Vejo-te nas leves cortinas que balançam
na tua vontade imposta, pela brisa que me beija

Há sempre um piano que toca ao som do coração

Há sempre uma imagem do teu rosto reflectido

…nas minhas mãos que te aconchegam
plantam no olhar a certeza do sentir
…do sentir, de quem regressou da busca da Alma perdida
De braços abertos...
recolho as lágrimas
derramadas sobre o peito rosado

Em cada movimento
Tacteio, e das pontas dos dedos renascem
Quimeras e cifras vidradas pelos teus passos
Observo-te, e ao canto, disfarçado,
Encontro-te entre tecidos esvoaçantes

Os cabelos sedosos
Deslizam as horas em torno do teu olhar
Doce como a breve manhã de orvalho
Amargo como o delicado e altivo trovão


(Lúcia Machado)

22/07/2009

Retiro...


Quero um lugar seguro…
…Um lugar, onde não seja proibido sonhar...
Preciso de um lugar, quente e por outro lado, frio também...
Necessito de um espaço, em que a memória possa descansar
…e também um lugar louco para ela rodopiar…
Quero um lugar de finas areias brancas
De conchas abafadas pelas ondas do Mar
Preciso de palmeiras…
…de água de coco para acalmar a minha sede
Quero ainda um poeta, e um cantor lírico, para as poesias cantar
Gostava de ter também, uma esteira…
…e uma manta para me cobrir…
O conforto de uns braços para me deixar dormir…
Peço ainda, que seja um lugar isolado do Mundo
Uma Ilha de Sal…ou ainda uma praia de água doce
Preciso do canto de uma ave silenciosa
De uma cabana construída sobre uma árvore...
De uma canoa…de uma cana de pesca, para conseguir pescar…
Quero um Sol dourado e uma noite prateada, com estrelas que velam o meu sono…
Quero um unicórnio branco, que me levará a cavalgar pelo azul do céu
…um corvo que camuflará a minha presença na noite
Preciso de chuva para lavar a Alma
De um sono profundo que me leve para um qualquer lugar
Para uma hora...para um sítio que me dê alento…
...um sítio onde te encontre…
Preciso de balançar nas asas do vento…


(Lúcia Machado)

21/07/2009

Caçador(a) de Estrelas


Encontro-me, envolta nas tuas palavras que me embriagam o sentido de orientação… sinto que sou capaz de voar em direcção às estrelas, e nos teus olhos, a força necessária que preciso para as ir buscar…carrego no peito, a veloz e suave voz do tempo… ele sussurra-me os segredos de todos os deuses, sejam eles da Terra ou do Ar… num silêncio profundo, cobre-me com o manto da noite, como se eu fosse um astro perdido em vácuos de intermitentes (in)sanidades… numa corrida contra o tempo só me julga a voz, crescente no limiar do horizonte em que me perco… de repente! Dou por mim sem asas! Como é possível eu conseguir voar? Desespero! Julgo que vou cair neste mar imenso, onde me aguardam todas as vidas de um oceano em tumultuosa agonia… serei alimento para as criaturas marinhas, monstros de dentes afiados, sedentos de sangue que lhes sacia as guelras que respiram o fim da vida… não consigo voar! …num desespero que me dilacera a mente e o corpo, a velocidade atinge o seu pico… em queda livre, bato os braços, na esperança desesperante, que deles, as asas voltem a crescer… num grito agoniante o corpo dá de si… são músculos contraídos, enrijecidos, paralisados com o medo do destino que me aguarda… vejo-os a eles na superfície da pérfida água, bóiam à sua volta velhas carcaças de seres irreconhecíveis, são Cães de três cabeças, os guardiões desse inferno feito Árctico, corpo nu, envolto numa mortalha de foice na mão... sinto o cheiro da morte a chegar devagar… e nada posso fazer…entrego-me ao destino…fecho os olhos e sonho contigo…se vou morrer e servir de alimento para esses Lobos Marinhos…que seja então e apenas mais um(a) caçador(a) de Estrelas…, mas, que fez delas os olhos do Mundo entregues ao mar… dou de mim… num último desespero… bato de novo os braços...

(Lúcia Machado)

20/07/2009

Só tu me preenches...só tu me entendes...Teus olhos tão doces...que são "meus"...
Num beijo todo o amor...nos teus lábios os segredos do Mundo...
No teu abraço me perco...
...nas tuas mãos... solta-se a Alma...num suspiro profundo...



(Lúcia Machado)


[...ao meu amor, aquele que me dá força... o único e verdadeiro...]

Poema cansado

Preciso que alguém corte estas amarras…
Sinto-me cansada, desejosa pelos dias de ócio
Preciso de Luz, de Sol, de mar...
…a minha Alma clama, pela liberdade fora destas quatro paredes
Sente-se comprimida, esmagada nestes papéis de fadiga murmurante
Todo o meu ser se sente esgotado…
…acorrentado aos dias que passam devagar
Dêem-me lamurientas brisas, que decorrem ao sabor do desejo
…campos verdejantes com cheiro a jasmim
Um leito do rio onde me possa estender
Preciso das árvores, das borboletas de mil cores
De oceanos trémulos, corais de mil odores
Anseio pelas nuvens feitas de algodão
Pedaços… de sentidos abraços
Desejo de solidão
Estou cansada, os meus olhos não mais obedecem à vontade da razão
Preciso do sono reparador das amoreiras, onde me alimento
…de um beijo apaziguador…
Preciso do canto das aves, dos grilos em noites amenas…
Preciso…

(Lúcia Machado)

17/07/2009

Memórias de uma transeunte


É nesta ânsia em que vive.. que todos os pensamentos, se transformam em leves penas esvoaçantes… no espelho em que se vê… Todo o ser se reconstrói em mudanças inertes à vontade de outrora… indolente, o tempo espreguiça-se. Não mais quer saber, da verdade induzida… inserida na fórmula incoerente de um passado seco, descontrolado da mente insana…
Longe vão as noites obscuras, sobre o manto feito espinhos... aquele que abraçava a sua Alma profanada pela calada da tristeza… ignorância da vida que se fazia trevas…
Vive agora, em constante ensejo… desejo, de um novo crescer… um Sol que a aquece, até ao limiar de um horizonte agora colorido… expectante… criado ao som de um coração, que bate mais forte… vale a pena sorrir… só esta leveza, leva a insanidade… de novo, a contínua vontade de viver… de voar até onde o pensamento a levar… repousa agora… fora desse carrossel desgovernado… é mais, que um corpo cambaleante…
O Mundo se tornou rosa, azul, verde, amarelo, branco, prateado, dourado até… assim com os olhos postos… com toda a calma…vislumbra a cada dia… um novo amanhecer.



(Lúcia Machado)

14/07/2009

Fui-me perdendo

…palavras “desconexadas “
Desprovidas de ligação politicamente correcta
Junção assimétrica de uma mente (in)sana
…perdida por vales… outrora bolorentas valetas de vidas cansadas

Num grito…
Soltou-se a voz que vai sendo escassa


Conheço o seu destino
Algures, despojada da inócua razão
...Pedaço de pão
Ou alimento da alma enfeitiçada

À ternura me vou acostumando
Em sentidos pedaços
De um longínquo ser




(Lúcia Machado)

12/07/2009

Confissões...


…Não são as palavras que digo o quanto sinto…

…E como sinto…No olhar transparece o meu amor…

No sorriso a minha alegria…

Perdi-me outrora por vales de mortos e criaturas errantes

Rastejava, sob as feridas abertas do coração destroçado

A noite era o sonífero para o corpo dilacerado…

Só ela me acalmava as dores, da carne rasgada por esses lobos

…Cães enraivecidos pela clausura da alma acorrentada

Olhos estáticos, ausentes das horas de sono imploradas…

…Vidrados, cambaleantes em ruas feitas trevas, desprovidas de vida

Onde a luz é a fonte de todos os sentidos.

Cobri-me com esse manto escuro, refugiada de todas as formas de viver

Por onde olhava, só via uma réstia do que fui…

No espelho, o rosto que reflectia, não era mais o meu!

Emagrecido e assolado pela ausência…

A “fome” era suportada pelas páginas brancas da memória…

Preenchida ao longo de dolorosas horas de suplicio…

O mundo ruía a cada segundo, na mais hipócrita ironia.

Hoje…

…Sou aquela crisálida que renasceu na tua Primavera…

Lentamente, desabrocharam as asas, que outrora tinham sido arrancadas

Devo-tas...

Porque só tu acreditaste num novo ser…

E se voo por ai… devo-o a ti…



[…Ao meu Amor…Obrigada!]




(Lúcia Machado)


Amizades (de)crescentes



…Impiedosamente gargalhas o que chamas amizade

Na crueldade das palavras, camuflas a utópica dita

Não será o piedoso sentimento, envolto na descrença da humanidade?

O conceito desconceituado da mente fragilizada?

Amigos são os que se importam, que nos procuram mesmo quando nos ausentamos.

São aqueles que batem à nossa porta, insistindo, mesmo que não estejamos lá…

Batem duas, três vezes, mais até… e não esquecem…

Amizade é mais do que dizer a palavra…

…Se não se sente, não tem significado…

…É como bolo recheado, estragado, com uma bela cobertura…

Amigos há… longe e tão perto…

Amigos são, aqueles que vivem no nosso coração…

Nos procuram e dão à palavra, a verdadeira razão…



[…um brinde às verdadeiras amizades…]



(Lúcia Machado)


26/06/2009

E assim nasceu o meu nome...

Nasci das eternas lágrimas…
Não sabem, se os olhos que me choraram, eram apenas deslizes da ténue memória… sei que nasci assim...
Sou como fonte que sacia a sede dos transeuntes… a água que refresca os lábios sequiosos da poeira da tarde…
Dizes:
-Não cabe em mim, todos os átomos da tua existência…apenas um vácuo me assola na tua ausência…
Respondo-te:
-Não sei, se sou a tua criação entre o Céu e a Terra…ou se apenas, plano, entre as duas realidades…
Na volta… serei miragem neste extenso deserto em que me retira a vida aos poucos...
Aragem, que à passagem alivia a dor do peito ardente.
Não nasci das trevas!... Mas sim do ventre da minha mãe, seja ela a lágrima que rebola!
E o meu pai, a criação do coração…
Nasci eu! …Saudade, de nome próprio…
Onde me reconheço a cada despedida, em cada lágrima…
...A cada, ´"até breve" e até um "nunca mais"…
Sou aquela, em que o espírito toma maior parte que as mãos.


(Lúcia Machado)

20/06/2009

A ti...


Diz-me, se eu te revelasse a minha alma

Dirias que me entendes?

Se eu te contasse que ela,

É uma louca que vive em constantes desatinos…

Seguirias ainda os meus passos?

Não sei se ela é um rio que corre desgovernado

Ou a criança traquina, adocicada pela tua mão

Parece que a liberdade é o único soro da vida…

É uma louca, que se libertou das correntes da mágoa

Um pedaço de madeira que navega nesse mar

O teu mar que acalma a minha turbulência

Se eu te contasse…

Acreditarias que foi a tua voz, que me beijou primeiro pela manhã?

…Que o teu abraço, trouxe a até mim a esperança

E, que nos teus olhos, renasceram todas a minhas alegrias

Saberias?

Se eu te segredasse…

Que na penumbra da noite, os corvos se lançam à tua chegada…

Na angústia do libertar da minha alma

Esses, os guardiões, que a aprisionaram durante as trevas

…Cegam ao vê-la tão luzente…

Precisam resgatá-la… mas resgatada já ela está!

Vive livre por aí… e presa a ti…



(Lúcia Machado)



17/06/2009

Ode à Primavera


São flores de mil cores,
Campos repletos de mil odores
São borboletas esvoaçantes,
Em voos derrapados e estonteantes

São os grilos, em frescas músicas anunciando o dia
É o bem-querer do calor, que se estende em tons alegria
São os risos cintilantes das crianças, em férias prematuras
O cair dos corpos, em ervas verdejantes e imaturas

As nuvens em formas imaginárias, tomando posição uma de cada vez
…Brancas são, da cor dos sorrisos translúcidos da fresca aurora
São os pássaros chilreantes, chamando as horas que correm na languidez
A brisa que passa... o degustar delineado do sabor da amora

É o renascer do tempo, em berço de ténue olhar
O aprender a caminhar, pela mão de uma criança
É o amor na estação envolvente… uma nova esperança
São sensações, alegrias, cores, risos, crianças e o Mundo a girar

(Lúcia Machado)


15/06/2009

Carregas no peito um coração pesado
Por vezes o fardo da vida, simplesmente se instala em ti.
Trazes nas palavras, dor, desilusão, desamor até…
Nada te entende, te compreende…
Refugias-te nas palavras, soro para a alma
E no complemento da música, a tua sina
É vida…mesmo que por vezes, estejas mais morto
Que o simples cair das folhas, em terra maldita.
Amas, sem saber o que te espera
Ou talvez não ames…
…E apenas te escondes, por detrás dessa máscara
Feita droga e álcool da vida…
Rasgas nas palavras as lágrimas de sangue
O inodor, ardente sabor da derrota
Abre o teu peito ao amor
Abre as asas, lança-te ao desafio que te abafa
Não sejas mais que um farrapo, desbotado, inanimado e sem sentido
Rompe o cordão umbilical da tristeza…
Renasce na simples aurora…
Recomeça a tua história.

(Lúcia Machado)

[...Feito a pensar em alguém...e em ninguém em especial...]

13/06/2009

Ama-me...


Ama-me.

Mesmo que as mãos te condenem, à ausência do toque

Ama-me…

Mesmo que o Condor quebre as suas asas no voo nocturno

Ama-me…

Mesmo que as lágrimas se tornem no pesado fardo da carne

Ama-me…

Mesmo que mil silêncios estilhacem a tua voz em profanos devaneios

Ama-me…

Mesmo que os risos se calem ao teu regresso ténue

Ama-me…

Mesmo que não tenhas mais nada para me oferecer...

Mesmo que a alma, se solte em ferozes carrosséis envoltos em grosseiras gargalhadas

Ama-me…

Mesmo que as forças te faltem

Ama-me…

Mesmo que na impossibilidade de estar ao teu lado… estejas presente em mim…

Ama-me…

Mesmo que me ames…porque me amas…

Ama-me…

Mesmo que a Alma se rasgue dentro de ti…

Mesmo… que o amor te cegue, te cale, te faça rir ou chorar.

Mesmo que me odeies, que me adores, que me sintas perto ou longe…

Ama-me…

Porque mesmo que percas o teu amor…não chorarás por mim…

Mesmo depois disto tudo…

Apenas ama-me… e nada mais!



(Lúcia Machado)


08/06/2009

Devaneios... 21ª Parte!!

Interrogo-me…
Serei mais que pó, num espaço compacto?
Ou serão as minhas imagens o reflexo de um ser menor?
Serei pedra ou caminho decalcado por entre as ténues folhagens da memória?
Cristal em estado bruto?
Ou diamante por lapidar?
Página branca de uma história?

Vácuo de uma memória?
Não sei o que me une neste espaço que me afoga
Ou o que me rasga a alma por fora…
Trago na garganta mil gritos na obscuridade da noite que me consome
Será a fome do paladar insosso da hortelã?
Ou vislumbre do horizonte rasgado pela brusca mão da manhã?
Caiadas paredes...brancas as loucuras obscuras das janelas engradadas
Fatos de sóbrio sentir…imaculados pensamentos
Tormentos em contínua eclosão…
Asas quebradas, vozes amarradas…
Pulsos cortados…
Coração esvai-se em contínua transfusão…
Peito exposto às balas de canhão…

(Lúcia Machado)


[...e assim continuam os devaneios! :-P
Ando com uma necessidade de escrever algo deste género!
Algo que liberte a alma... :-)
Acho que ainda não cheguei lá... :-P
Preciso do meus Poetas que me dão inspiração...
volto já!]
:-D

03/06/2009

Devaneios contínuos

Cresce na insegurança da carne, os insanos desejos
Sãos, são os devaneios…
Acordes dóceis da alma fantasista
Esboços de uma vida menor, sinónimo de breves anseios

Na tela da noite, surgem os delírios ténues
Singelos como a aurora Primaveril
...Como o cheiro das primeiras flores silvestres
Ou será das lacrimejantes águas de Abril?

Corre o rio, sem destino ou rumo traçado
Feroz, veloz ao encontro dos braços desaguados
No silêncio absurdo da boca madura
Palavras soltam-se ao encontro dos enamorados

Versos travessos, trémulos olhos envergonhados
Destinos interrompidos, histórias por desvendar
Abraços apertados, corações em sobressalto
Beijos selados em olhares cifrados

(Lúcia Machado)

28/05/2009


[…Digo no silêncio das palavras, os segredos do lado direito do coração…]

(Lúcia Machado)

18/05/2009

...E assim continua...


Nas varetas da vida, apressam-se os passos envoltos em finos laços do sangue que corre nas veias electrizantes do sentir inserido…
Na cama da noite, deitas-te com as loucas estrelas...estonteantes liras perdidas na imensidão do manto negro... esse alvorado, inconsciente revolta da volta da tua escolha minuciosa.
Chamam-te à razão, qual fugaz olhar revelador! Incerto na certeza do que sentes. Chamariz da tua sorte, qual morte em figura de ave inebriada pelo brio das cascatas, cor prata, em queda constante.
Flores são, as desmedidas mãos calejadas pela procura incessante de ti
Gritos de Neptuno, enraivecido pelas ondas que o calam, estridentes trovões em resposta à fúria avassaladora de um deus menor…
Rendido, estendido…O poeta precisa da dor para continuar a sua louca utopia, amanhã voltará, com a sua loucura sã, e com os seus castelos feitos de sonhos…
E nas brancas páginas da sua memória, escreverá dia após dia, de novo a sua história.


(Lúcia Machado)

*****
[Pode estar sem sentido...e de certa forma confuso (é essa a ideia), e no entanto (modéstia à parte)...Gosto imenso desta confusão! ]
:-) :-P

12/05/2009

É este o nosso mundo
As cores prateadas da nossa história,
As esferas desgovernadas do silêncio

Vejo três árvores...
Enraizadas no teu olhar utópico.
Um galo ao longe, canta a fresca voz da alvorada
Quatro gatos, miam ao despique o cio da madrugada
Um demónio dança com a sua forquilha em brasa
Vejo cinco duendes…
Dois deles carregam um peso morto
Os restantes fazem cânticos, erguendo as mãos para o céu
Vejo sete torres, um lago, um muro inviolável, e nenhuma saída
Caí o espírito da noite…
Regresso ao leito desmesurado de ti

(Lúcia Machado)


[Poema meramente utópico]

11/05/2009

Não sei se te esperei, toda a minha vida…
Não sei se todos os sonhos, apenas esperavam por mim
Em ti…
Não sei das ondas que levavam o meu pensamento…

Nem do céu, que me envolvia com as suas cortinas negras
Apenas sei da chegada das andorinhas na Primavera
E, sei dos teus passos aveludados, que levemente seguem a direcção
Do meu coração, e que apagam a noite em mim…
Sei dos teus lábios doces, encantados ao encontro dos meus
Sei das tuas mãos, conchas que aparam a queda da alma
Espero...
Todos os dias espero, todas as noites…
Espero e espreito…
Ansiosa, por um sinal de ti…


(Lúcia Machado)






05/05/2009

Bolas de sabão…
Nas bolas de sabão, voam livres, os sonhos mais altos
Existem bolas de sabão de mil cores
São as cores da alegria…
Umas grandes como o pensamento
Outras pequenas, apenas voando ao sabor do vento
Em certas alturas, encontro-me dentro delas…
Atravesso planaltos e florestas encantadas,
Com os olhos extasiados de tanta beleza rara…
As bolas de sabão são de mil cores
São as cores de um violão, tocadas ao ritmo do coração

(Lúcia Machado)



[...Não resisti...acaba por ser mais forte que eu!...Hoje ando dentro de uma dessas bolas... algures por aí] :-) :-P

30/04/2009


Comecei com a imagem da chuva... e para terminar, retiro-me de certa forma, com este Sol maravilhoso de Verão :-)

Decidi fazer uma pausa neste espaço, não sei por quanto tempo :-)

Estou demasiado feliz e então, decidi dedicar-me inteiramente a esta felicidade que atravesso...

Continuarei por cá, com menos frequência é certo...

Mas, voltarei para disfrutar daqueles que eu tanto gosto de ler...

A minha "poesia" se é que se pode chamar assim...

Ficará por enquanto na gaveta, até sentir a necessidade de voltar a sair...

Beijinhos e abraços...

Até Breve :-)

raining Pictures, Images and Photos

[...Hoje chove na minha cidade...e ao contrário da maioria das vezes...chove com outras cores...]
:-)



29/04/2009

Esquivo-me à louca irrealidade
Sou pouco mais, que o benevolente pio da madrugada
Ou rio em devoluta calmaria
Mulher que decalca lentamente os passos por essa estrada...
Talvez perdendo morada em súbita ilusão...
De que servem os enganos?
Se num quadro desvanece a imagem amargurada...
Mas ao amor vou-me habituando,
Doce acontecer, envolto na sede do querer
Este deveria ser o momento em que me recolheria
Na chegada do teu coração que traz a esponjosa alegria
Não sei, se sei…
Se é por ti que crio todas as palavras
E todas me faltam


(Lúcia Machado)


[...Este poema saiu...assim confuso...Feliz...]

23/04/2009


“Cartas de amor, são ridículas”, já dizia o Poeta…
Ridículas, porque nós mesmos nos tornamos “ridículos” quando amamos.
E como é bom ser ridículo!
:-)
Quem nunca amou verdadeiramente, nunca o foi…
E isso é tão triste! A falta de receber e dar o verdadeiro amor…
É muito bom ser ridículo ao abraçar, quando choramos só pelas saudades acumuladas...
É muito bom ridicularizar os olhares desaprovados de quem nunca amou
São ridículas as cartas de amor, os perfumes envolvidos as palavras sem nexo, apenas porque nada nos ocorre de poético, para dizer…
(assim como aqui) :-)
Que se lixe! O que importa mesmo é o que sai do coração…
Estou completamente apaixonada! Confesso, e quando isso acontece…
Fico ridícula, ridícula, ridícula!
É a alma livre que voa como fada tonta!
Que faz travessuras pelo seu espírito que se tornou criança…
Sinto-me assim, envolvida num mundo de fantasia, na terra do nunca como Peter Pan…
Voo pelos Oceanos, descubro florestas encantadas, e o espírito vai livre pelo céu fora…
Brinca com as estrelas, canta para a Lua, dança com o Sol, adormece nas nuvens…
Enfim… uma confusão pegada!
Estou feliz! E espero que dure eternamente…
Príncipes encantados, não existem!
Nós os transformamos em Príncipes, a partir do momento em que aprendemos a amar…
Eu encontrei o meu "Pincipe"…
:-)

(Lúcia Machado)

15/04/2009

Paixão vs Amor


Paixão: Sentimento devastador, chega à nossa vida sem pedir licença, arremessa tudo à nossa frente, cega-nos, dá-nos um estado de completa euforia, leva-nos para outra dimensão, sentimento de posse e de desespero pela presença da pessoa amada, sufoca-nos, dá-nos a falsa força de lutar contra tudo e contra todos, faz-nos esquecer quem somos, quem nos rodeia, ensurdecemos…Vivencia única e exclusiva em torno da pessoa que julgamos amar, “perdemos a nossa entidade” somos uma “extensão” da outra pessoa, não querendo saber ou ver o que nos rodeia, existindo apenas e vivendo para ela.

Paixão é vulcão. Dizima tudo o que encontra pela frente

Amor: Estado de completa serenidade, chega de mansinho, cobre-nos a alma de carinho, sem pressa constrói o seu caminho, dia após dia fortalece a nossa vida o nosso sentido de viver… Amor é partilha, cumplicidade, é dar sem esperar nada em troca, é um estado de completa aceitação, aceitamos o outro exactamente como ele é, sem cegar, temos a consciência dos seus "defeitos", virtudes e limites, e mesmo não concordando, aceitamos e aprendemos a conviver com eles…
Adaptamo-nos à pessoa amada, fazemos tudo para que seja feliz, mas, nunca esquecendo quem somos ou as nossas convicções.
Aprendemos essencialmente a viver, a saber esperar, porque tudo o que recebemos é uma dádiva e nem com a força das intempéries ele sucumbirá.

Amor: É rio que corre mansamente, não transborda…


(Lúcia Machado)

14/04/2009

Amor...

É assim o meu amor…
Não como os outros te vêem, nem tão pouco como te ouvem
São tuas as palavras, dóceis, como brisa que me espera
Onde e apenas na palma das tuas mãos, correm segredos por revelar
Das estrelas nada sei...
Apenas reconheço que existem, estão lá para mim...
...Como tu para elas…
Revelam-se à tua passagem, assim como quem te espera
Não lhes peço explicações!
Mas, também não lhes direi a dimensão do nosso amor incontido...
Que a desvendem no reflexo do nosso olhar...
Nas asas do nosso coração
É assim que te vejo…
Como te sinto, cascata em queda livre
Ao encontro do rio que corre desmesurado...
E em meus braços alcança o merecido descanso
Nos teus lábios o deleite das tâmaras maduras
E no abraço o passo acelerado, do teu coração envolto no meu
Assim és, Luz, Vida, infinito no sentir das coisas
…Como um beijo caído, semente do amor a crescer
Eu sei que, talvez a noite te consuma…
Mas renascerás em mim…

(Lúcia Machado)

07/04/2009

Sente...

Senta-te ao meu lado, sente a brisa que nos toca
Consegues sentir?
Sim?
Então fecha os olhos, abre os braços e sente…
Sente o toque suave e morno da maresia
Imagina-te, em longínquos castelos feitos de espuma
Em muralhas à altura do pensamento
Luta… ergue-te!
Sela o teu cavalo, cavalga por entre nuvens
Irrompe pela clara floresta da manhã…
Conquista horizontes em busca da quimera perdida
Regressa… Conta histórias de cavaleiros ausentes
Da paz da alma recuperada
Dos dias sequiosos onde a única sede, era a do teu viver…
Descansa, repousa o corpo cansado…
Fecha os olhos e sorri…
Monta de novo o teu Cavalo Alado

(Lúcia Machado)

26/03/2009

Procura




Podemos saber todos os princípios
Inícios da voz, contornos suaves da pele
Podemos saber o que é o amor
O mel … O deleite sentido da vida
Podíamos saber um pouco mais para além…
E mesmo assim, continuar em busca da alma perdida
Podemos saber demais…
Mas, não deixaríamos de mesmo assim, continuar a nossa procura
Mesmo sabendo que, poderemos não encontrar a porta de saída



(Lúcia Machado)

23/03/2009

Por vezes tenho vontade de pegar nas asas e voar…lançar-me no infinito, em busca do tempo perdido…

Sigo-me por outros pensamentos, inertes à força do passado…e num rodopio transforma-se a musicalidade das aves em monólogos segredos.

São cifras em mil e uma cantorias, compassos ou passos do coração em eufórico sobressalto…
E o corpo segue por esse imenso azul onde os pensamentos fluem à velocidade da brisa prateada.


Não tem rumo ou destino traçado…simplesmente cai em nuvens feitas de algodão
O único caminho, é construído em castelos de sonhos, ao som da voz do coração…

(Lúcia Machado)

18/03/2009



Tristes são, os dias ausentes
Indefinidos no som da voz...
Reflectem no olhar, as estrelas cor-de-prata
E no dourado do Sol a serena melodia...
São dias de inócuo sentir
...Silêncio afogado na queda que mata
São palavras lançadas ao vento...


Da janela avista-se a chegada da Primavera
...Nas cores traz a luz da alvorada
E a fragrância das árvores em fruto
Emana o trépido licor suave que perdura
Ao longe...
O Rei sem reino...
Coroa de Cartão...
Rainha sem trono...
Portadora de frágil coração


(Lúcia Machado)

17/03/2009

Abraços...

hug Pictures, Images and Photos


…Abraços são abrigos…
...Portos seguros…
…Abraços são passos…
…São amigos…
…Caminhos cruzados…
São rodopios de palavras soltas…
Abraços são campos de flores jasmim…
...Poemas escritos sobre os olhares da alma…
São o inicio de ti até mim…

(Lúcia Machado)

11/03/2009

Beauty Buterfly Pictures, Images and Photos

...Encontro-me nas asas de uma qualquer Borboleta...

...Ou serei eu... a Borboleta nas asas de alguém???...

:-)

Voando livre e Feliz!!!

...

Nas asas traz quimeras de jardins coloridos
Voando por campos em sonhos perdidos…
É crisálida em remota transformação
Borboleta com a cor da doce paixão
São emoções em olhares destemidos
Singelo pólen em prados perdidos
É a fada da momentânea Primavera

(Lúcia Machado)

09/03/2009

Porque hoje...

roses Pictures, Images and Photos

...Hoje...

...As rosas são mais encarnadas
…O Azul é mais Azul
…O Sol brilha com mais intensidade
…A vida tem outro sabor
…O canto das aves...soa com outra sonoridade



(Lúcia Machado)

... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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