“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

28/09/2007

Um beijo...


Um beijo é... um segredo
Um beijo é... a alma em degredo
Um beijo é... a suave doçura
Um beijo é... por vezes a nossa loucura
Um beijo é... amor
Um beijo é... lábios que se tocam sem pudor


(Lúcia Machado)

25/09/2007

Não quero morrer de ti


Tristezas há, as que ficam, num estado permanente
Diria, ate, que se entranham na alma doente
Na confusão dos sentidos
Perfumes mistos, criados ao som de acordes invertidos

Num baú, pudesse eu fechar a sete chaves
A desilusão que me assola sem entraves
Amor…veneno Angelical que saboreei sem perdão
Licor agridoce…que o amargo, deixa no coração

Eu serei a tua serva, em noites de ócio e vício
Tormento algoz, testemunha, adventício
Pensamentos que dormiam, estrelas errantes
Outrora ausentes agora constantes

Nuvem que paira, no céu do meu descontentamento
Alvíssaras te darei...se para longe levares este padecimento
Se um dia eu me ausentar, e pensares que morri
Não fiques triste não…não quero morrer de ti



(Lúcia Machado)

22/09/2007

Procuro-te


Procuro-te nos poemas,
Nos ângulos e nos vitrais
Nas músicas secretas…que ouço por instantes,
Nas palavras trazidas pelo vento,
Alegrias…tristezas inconstantes
Que são a voz do meu pensamento,
Cada hora é um tormento

Procuro-te na natureza,
Nos jardins…
Sobretudo nos que florescem na minha imaginação
…no rio da minha alma
Que corre em sentido inverso
Na chuva que cai…
Ainda…no cheiro da maresia, na maré-alta, na maré baixa…
No condor que voa em direcção ao Sol
…nas gaivotas que se refugiam em terra...
Na tempestade anunciada…
Caravelas vicentinas rumo ao destino incerto

Procuro-te na luz da noite,
No negro do dia,
Na Lua cheia…
Na conjunção astral da minha alma…
Estrela cadente rumo à morte anunciada

Procuro-te, num raio de Sol através de um vidro

Na queda das folhas, que esvoaçam ao sabor do vento…
Nas tardes de Outono, no misto das estações
No calor do abraço…ate a ti chegar

Como te chamas tu?
…que me faz doer de não ter mais que morrer?


(Lúcia Machado)


18/09/2007

Sem ti…sou…


Sinto a tua falta…
Sem ti…sou praia sem mar
Barco à deriva em maré-alta
Asas que não conseguem voar
Dias sem Sol
Que me fazem falta
Noites sem Luar
Rio que corre sem parar
Poeta sem inspiração
Alma que teima em divagar
Natureza sem fauna nem flora
Esta ausência que me devora
Regata ao sabor do vento
Outro pensamento…
Guarida ou covil feito tormento
Esmorecer sem entender
Régia sem Rei
Imperatriz sem trono
Odisseia sem dono
Politeama sem ti
…eu, não faço parte de mim


(Lúcia Machado)

17/09/2007

Vale dos transviados



Sigo, rumo a casa…
Atravesso as ruas frias e escuras…
Tenho a noite, a Lua e os astros por companhia

Ao longe passa o solitário...pára…encosta-se junto ao muro,
Por baixo da janela da virgem…
Acende o ultimo cigarro, e na solidão do seu olhar…
Sente o vazio que a vida lhe sorteou
Solta-se uma lágrima...
Atinge o solo… como gota de orvalho em terra quente
Cabisbaixo…querendo desviar o seu ultimo vício, tremem-lhe as mãos,
Indigna-se! Pois já não são o que eram!... Juventude passada!
Sente a vida desgastada pela ânsia do aforismo…por ele nunca seguido

Cruzo-me com ele…
Sinto o olhar gélido, da alma perdida, que vagueia no vale dos transviados
Piso a calçada onde vagueiam as almas solitárias…
Chorosas…por um corpo aconchegante onde possam habitar
E ao longe ouço a voz do solitário a soluçar…
Desejoso de sentir o seu fim chegar…
E eu…continuo rumo a casa…sem a minha alma…aconchegar







(Lúcia Machado)

16/09/2007

O meu Poeta


De forma sagaz…

Nasce da tua poesia…a quimera das místicas palavras

Teus lábios trémulos…declamam os mais belos poemas

A tua voz doce…traduz a nostalgia de tanta inocência…

Do teu de olhar…nascem estrelas a cada novo anoitecer

Nas mãos que se tocam…nascem devaneios com o alvorecer

Como dois adolescentes pela madrugada e sem pensar em nada…

O acorde agridoce da guitarra…

Se converte nas notas do meu pensamento



Como um adventício, veneno algoz, sobre a minha pele…

Volúpia… atroz… perspicaz

…Sou uma alma para ti

Tu…a luz que apaga a noite em mim




(Lúcia Machado)

13/09/2007

Sentido primordial


Os pés na areia macia…
Ondas que acariciam um corpo cansado,
A água salgada, beija os lábios…em sintonia
E em supremacia colateral, transmite,
Ilusão, sensação de conforto…

Vagueando ao som quaternário das ondas,
Ouço…sinto a música, quando o mar morre nos braços da areia...
O cheiro da maresia à beira-mar…
O vento refrescante, de uma quietude compassível dos anjos
Sussurrar…quase ensurdecedor

Com um abraço desajeitado, tento alcançar a Lua
Perder-me no horizonte entre as estrelas e a noite vadia
Ser amada pelos astros…

Tacteio por entre as dunas
Procuro o sitio ideal,
Para me refugiar…

Desejo…
Enroscar-me entre o vazio da noite
…e a imensidão marinha
Adormecer ao som desta orquestra…só minha!

(Lúcia Machado)

07/09/2007

Em mim


Trago em mim…
A saudade do teu abraço
Beijo doce e eterno sussurrar
Karma do meu devaneio
Utopia fantasista

(Lúcia Machado)

Sou


Sou


Sonhadora…
Num mar de emoções
Caravela vicentina
Atracada num porto inseguro

Realista…
Surrealista…
Narcisista…



(Lúcia Machado)

Sem ti


Sentimos música e paixão
Um momento de ilusão
Estou longe de ti…
Procuro por mim,
Nas noites sem fim
O vazio que encontro,
…é dentro de mim,
A vontade de chorar
Ninguém sofre assim
Vejo as noites em branco
O negro do dia
Em que caminho te perdi?
Algures numa encruzilhada da vida
…Negra e fria!


(Lúcia Machado)

Travessia


Saberei como e onde errei?
Vivências sentidas… como um punhal, num corpo já fatigado
Purgatório…
Alma errante, na travessia do deserto da compaixão sentida
Peregrina a minha alma é!

Perdida…
Vagueia por uma terra, já desgastada pela incompreensão dos sentimentos…
Oh! Vida transviada que tanto me cansas!!!
Não me darás um pouco de sossego?!!
Onde me levarás, que destino me reservas?
Leva-me, para o oásis, que sacia os peregrinos sequiosos
…Rumo ao encontro das almas perdidas
Talvez a minha alma, se sinta aconchegada junto de tantas outras


(Lúcia Machado)

Opções


Trívio
Encruzilhada
Cruzamentos

Três palavras, mesmo significado
Assim se define o ponto de partida de uma vida…
Surge a dúvida!
Qual o caminho a seguir?!

Qual o comboio, da vida a apanhar?!
Que decisão indeterminada!
E eu, aqui, neste cômpito que me baralha,

De repente…apodera-se de mim um receio do incerto,
Medo atroz da caminhada a percorrer!
Não posso perder o comboio rumo ao sonho!
…E subir esta “montanha” difícil de escalar!

Sinto o mundo nos ombros!
Mas, através das nuvens vejo o Sol a brilhar
…e mantenho-me quente…longe do frio
Sei que, cruzarei com apeadeiros da vida, ao longo da viagem,
Aprenderei a manter a serenidade desejada

De repente…
Dou um passo… outro, e outro!
O cérebro, prevalecente à vontade do corpo
Leva as pernas, lentamente…rumo ao meu destino

Encontrarei pelo caminho, um ou outro, lacete da vida
…e por fim, o ascetismo encontrado, será aquele que eu escolhi
Poderá não ser a perfeição…no entanto…
Viverei feliz…segundo as minhas escolhas, as minhas convicções
O mundo é de quem se atreve, e não, de quem desiste dos sonhos


(Lúcia Machado)

02/09/2007

Devaneios


Utopias
Ilusões
Mitos

Assim nascem os sonhos
…da vontade imensa e,
Egoísta dos dias caprichosos,
Auto-retrato da vida fantasista

Talvez eu precise voltar atrás,
Mas, não sei o que fazer…
Com esta realidade pura, e dura!
E quando a noite cair em mim,
Quero acordar…
Sinto frio!

A tempestade que corrói por dentro,
Não sei o que fazer…
Porque tudo o que penso,
Tudo o que quero… és tu!
Narcisista…
Pretensão ou loucura minha!
Esta veleidade…
A ambição preguiçosa de te deixar…

Anseio ir para casa!
Pois, acordarei,
Preciso do teu amor…
Que me abrace,
Preciso da tua luz para me guiar…
Pois, na imensidão da noite
És a minha candeia, o meu devaneio
Porque, tudo o que penso…és tu
Quimera, alquimia e receio



(Lúcia Machado)
... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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