“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

28/01/2010

Pensamentos soltos VIII

Queimam-se-me os olhos, cuja neblina não consigo dispersar
Perdida por entre as marés cheias ou vazas
Encontro os desejos da alma que paira sobre o imenso azul
E numa outra voz, num outro sentir
Toco a face das estrelas
Mesmo com os pés presos pelas garras deste chão
Fechada a sete chaves, encontra-se a minha razão
…a lucidez afoga-se neste corpo ferido
E mente quer ser livre
Mas a escuridão que me atravessa
Desfoca-me da razão
E todos os passos que anseio dar
São devaneios da mente
Nada me afasta o desejo de voar
Mesmo com os pés cravados na terra
Faço dos braços as asas imaginárias
Livre como uma borboleta em busca do pólen
Mas que, anseia o regresso ao casulo nunca mais encontrado



[Nem todas as noites são escuras como breu...]
[...Nem todos os dias são claros como o sol que paira no céu]

(Lúcia Machado)

21/01/2010

Pensamentos soltos VII

O dia chegou oculto pela neblina
Cruzou a rua, com a sua saia rodada
Cabelo negro entrançado
Sorriso disfarçado, no olhar de menina

Houve uma lágrima que caiu
Não disfarçando a melancolia daquela manhã
Decalcou caminhos empoeirados
Ou talvez molhados, pela tristeza que sentiu

Chegou a noite, e para ela sorriu
Juntou-se às lágrimas derramadas
Apanhou boleia de uma estrela
E rumo ao céu, ela partiu

Dizem que desde então, nunca mais chorou
Encontrou a felicidade constante
…e para sempre brilhou


(Lúcia Machado)

18/01/2010

Pensamentos soltos VI

Flutua sobre o céu escarlate
O corpo nas asas do furacão
Mãos feitas de abraços…
Criam melodias ao compasso dos passos
Amar é uma deliciosa cifra
Na dor, o olhar sem sentido e contrafeito
Dá lugar ao amor-perfeito
São histórias loucas, juntas ao passar das horas
No meu mundo que fica ao lado do teu
Tocam-se as almas desprovidas de embaraços
E se te perco, nas noites prata
Encontro-te junto ao coração
…e criam-se laços…


(Lúcia Machado)

05/01/2010

Pensamentos soltos V

Talvez encontre, por entre as folhas caídas
A quietude dos dias afoitos, numa outra voz…
Num outro sentido…
Quem sabe, não chegará a caravela que flutua em mim
Talvez ela não me leve a lado nenhum!
Ou quem sabe, me leve para além dos teus olhos,
Numa outra voz que não basta… apenas se instala.
E numa corrente… a água que suspira o húmus da terra ardente
Traz vestida de sombras a noite que perdura.
Sinto-te! A minha vida é tua.
Esqueci-me do último suspiro, aquele que nos dá o impulso para olhar o novo Mundo.
Afoguei-me em ti. Senti os fios do Infinito que nos equilibra e une.
E se, as tatuagens sãs as marcas na pele… as saudades são os cravos na Alma!
E se a calma, parece um sentido perdido… parte do todo sentir, é fogueira que nos amortece os cavalos em fúria.
E neste estranho sentir, nada faz sentido… e se sentido fizesse…
Não precisava que as mãos se confessassem.

(Lúcia Machado)


... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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