“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

30/11/2007

Palavras ao vento


Sonho tanto, contigo!
És o meu caminho…
A estrada que me leva para além do horizonte
O meu Norte, a minha estrela polar
…Minhas asas, que me fazem voar
Como sinto a tua falta!
Quero encontrar-me, na luz teus olhos
Afogar-me no teu coração
Fazer de ti a minha alma
Seres tu, quem me dá a mão
Que me afaste desta solidão
Sinto-me perdida sem ti
Sem rumo…
Gostava que me ouvisses…
Se pelo menos,
Me pudesses ouvir por um momento…
Sem ti…não há Lua
Nem as crianças brincam na rua
O aperto cá dentro!!
Um misto de morte…
E o renascer quando ouço o teu nome
Porque te amo tanto?!
Sei que não me ouves…
Então, escrevo para o mundo…
Na esperança que um dia me ouças
Nem que seja por um segundo…


(Lúcia Machado)

28/11/2007

No reflexo da noite…

Vejo-te no reflexo da noite…
Na Lua cor de prata…
E o meu desejo de ti,
Um rio de lágrimas que mata

Na saudade do meu peito,
Uivam, lobos ao Luar
É o choro, das almas perdidas
Que suplicam um novo amar

Bestas que se escondem
Nos recônditos atalhos das matas sombrias
Aguardam ansiosas…presas, nas noites frias

Contigo ao meu lado!
Não tenho medo não!
Luto contra feras, bestas...ofereço o meu coração!



(Lúcia Machado)

O teu nome

O teu nome,
Escrito nas estrelas…

Palavras ao vento, tristes e sós
Perdidas…algures entre o bater das asas
Do tempo e nós…
Tens o mar como companhia
…e eu, a Lua nua, triste e fria…

Não posso deixar de te sentir
Sem ti…não há amanhecer
Nem ninhos nos beirais
Pássaro que voa a cada beijo teu
Comprime o mundo…e não volta mais

Tenho o medo …e, tu a paz
Abraça-me contra o teu peito…
Onde me quero encontrar
Deixa-me morrer nos teus braços
Onde o poeta se esconde, para chorar

(Lúcia Machado)

26/11/2007

Poema sem nexo




Um coração de sangue
Uma alma rasgada
Um olhar que não vê nada
Um norte sem rumo
Uma alma sem prumo
Um corpo que jaz sem ti
Uma voz que enfraquece
Um pássaro que voa
Um lobo que uiva
Uma gota no oceano
Um Sol que não aquece
Uma manha que não amanhece
Uma Lua nua
Uma estrela perdida
Um amor por ti
Uma parte de mim
Um barco à deriva
Um poema inacabado
Uma música por tocar
Uma criança perdida
Uma saudade que dói
Um sono que se foi

Porque tu és o meio da manhã,
Cura da minha nascença

(Lúcia Machado)

24/11/2007

Silêncio


No silêncio me perco…
No silêncio te encontro...
Quero o silêncio…não quero ouvir nada!
Não quero ouvir mais nada!
Calem-se as buzinas, o chiar desenfreado do pensamento!
Não quero ouvir a chuva que cai…
Nem mesmo, o bater descompassado do coração!
Preciso de silêncio…
Pois é lá, que te irei encontrar…
Entre o fechar dos meus olhos
…e o imaginar do teu sorriso
Chiuuuu…
Não quero ouvir um som!
Nem mesmo o cantar da cotovia,
Ou o bater das asas do tempo…
Preciso de silêncio…
É lá que se unem as almas
Num mundo só nosso…
Numa espécie de dor
Silêncio…é no silêncio
Que te encontro…
É no silêncio que me perco


(Lúcia Machado)

23/11/2007

Espero-te


Espero-te ainda, entre os poemas e as músicas…
Algures, entre a esquina dobrada pelo vento
Entre o cortejo das sombras lúdicas
Compassadas ao ritmo, de um novo alento

Espero-te talvez no meu pequeno espaço
Linha breve de tempo entre o nascer e a morte
Sonho acordar um dia no teu regaço
Desfrutar da minha triste e breve sorte

Espero-te como nau à deriva, em mar de tormento
Em noites de enigmas singulares…cifra inaugural
Reflectindo a luz da tua alma, no meu pensamento
Nas ondas que descansam no gesto nupcial

Espero-te ainda na sombra das flores de laranjeira
Que enfeitam o mais lindo dia da nossa vida
E entre os suspiros e gemidos da nossa vez primeira
Temos a infelicidade para sempre proibida

Espero-te na face escura da Lua
Nos corpos que se unem num poema de amor
Desejo ser o astro, onde dança a alma nua
Cortando o ar…Sem destino, nem pudor

Espero-te bem perto do lado contrário do Sol
Tolhido pela luz danço na tua emoção
És minha guia, minha alma, meu farol
Por ti derrete meu triste e pobre coração

LÚCIA MACHADO / RAUL CORDEIRO

23/11/2007

P.S. Obrigada amigo Raúl, pela oportunidade
de fazer este belo poema, em conjunto contigo
foi uma honra!

21/11/2007

Desassossego


Caminho por entre memórias, histórias…perco-me de mim, encontro-me entre o real e o irónico…

Subo muralhas, trago pensamentos…desejo estrelas, perco-me no luar, amo a noite nela contemplo o teu olhar…

Grito, de forma inaudível…faço do querer a esperança, como uma criança que sonha... Faço do sonho um mundo só meu…trago fantasias dos recônditos amores, onde a vida pula e avança.

Atravessa-me a nudez da alma…eclodem sentimentos… revolta em forma de palavras, com que adoço a amargura e embalo o pensamento…

Amo…sim! O amor que me faz viajar para além dos astros…crio em mim um calor que queima o amanhecer…que arde sem se ver!

Sou tempestade! Arraso com a minha alma! Apunhalo o coração! Do sangue, faço o licor que irá saciar a minha sede…

Tenho a solidão como companhia…eu e os meus fantasmas, os meus medos e a minha alma…
Tua ausência me fere…mas, não me mata!

Sou o Sol e a Lua!
A chuva e o mar!
O pássaro que voa e o que aprende a voar!

Sou vulcão! O teu problema e solução…

Não me fales da razão! Eu sou emoção!...locomotiva da paixão
Sou Fénix, renasço das cinzas mesmo sabendo que hei-de morrer!

Mas, sou tijolo, reconstruo…recomeço
Sua tua memoria e teu esquecimento…


(Lúcia Machado)



Poeta sem nome


Talvez nem tenha nome!
Não sei por onde vai...
Vagueia por aqui…
Vai por ali...
Perde-se acolá!
Chamam-no…não responde!
Não quer saber!
E lentamente,
Arrastando um corpo cansado,
Olhar amedrontado, enrosca-se,
Algures entre a realidade e o sonho…
Puxa de um lápis…
E num papel amarrotado, escreve…
Escreve…
Amores e desamores
E das lágrimas, faz um sorriso
Das palavras…melodias em forma de versos
Dizem, ser um Poeta,
Cuja alma vive atormentada...
Julgo que não!
Poeta…sim!
Mas, de alma lavada!

(Lúcia Machado)

19/11/2007

Monotonia d´um Poeta (isa)


Sempre o mesmo horizonte
A mesma estrada sem fim
O tempo indefinido
A saudade em mim
O mesmo luar em noites de vicio
Estrelas cadentes em forma de suplício
Nuvens que pairam no meu coração
Céus rasgados, ao som de um trovão
Chuva que cai…lágrimas de dor
Lavam almas, desvairadas de amor
Ondas divergentes, voz do mar
Caravelas em risco de naufragar
Canto da sereia…
Marinheiro que devaneia
Aurora… gélido cristal
Caixa de Pandora… origem do mal
Mãos que enlaçam, corpos fundidos
Vibrações…em vales perdidos
Poemas que escrevo, em luz convergente
Alma que despega, de um corpo presente

(Lúcia Machado)

16/11/2007

A janela do ontem


Tudo tem um tempo
Há um tempo para amar
Um tempo para chorar
Tempo para curar
Para aceitar

Como o rio, que segue o curso natural
Assim como, o dia dá lugar à noite
Como as Andorinhas, que vão e voltam na Primavera
Ou mesmo, como barco à deriva, que encontra o rumo

Como um pássaro livre que voa…

A saudade deixará lugar à tranquilidade
E, o saber esperar…
O poder acreditar no novo amanhecer
Pacientemente…
Fará de mim um novo ser…

Acho que é isto!!

Esperarei tranquilamente
Por um novo dia…
Por ti…

(se assim tiver de ser)


(Lúcia Machado)

15/11/2007

Dói..como dói!


Dói…como dói!
E não sei como anestesiar!
Mudem as compressas ao pobre coração
Que se esvai em sangue…
A ferros, tirem esta dor que sodomiza
Façam do corpo ânfora, em barro moldado…

Da alma que se foi…ficou o rasgo da carne!
Cicatriz, ferida aberta…
Lágrimas, transformadas em soro
Alimento…sustento
Ah! Abutres!!
Aves de rapina…
Saciem a fome!
Esta carne, já não é minha!


(Lúcia Machado)

14/11/2007

Pergunto ao vento por ti


Pergunto ao vento por ti
E o vento passa e nada me diz

Pergunto aos rios que levam
As lágrimas do meu coração
E os rios não me respondem
Deixam-me sem chão

Pergunto ao condor até à cotovia
Eles cruzam os céus…
Nada me dizem de ti
E minha alma, jaz, na pedra fria

Pergunto ao Sol e à Lua, notícias de ti
Sorriem… dançam com as estrelas
Ao acorde da minha tristeza
Nada me dizem…e deixam-me aqui

Pergunto à solidão que passa
E a voz que emudece
Não me responde…
Faz da tua ausência minha desgraça

Pergunto ao vento por ti
E o vento passa, e nada me diz
E pela primeira vez…
Sinto que morri


(Lúcia Machado)

13/11/2007

Delírio de uma alma carente


Frio…sinto frio!!
Um frio que me gela a alma…
Fechem as portas, as janelas!
…Esse vento que me assola de onde vem?

Frio…sinto frio!!
Estarei doente?!
Ou será apenas o corpo cansado, dolente?
As pernas, não obedecem!
A alma que desfalece…

E entra pela janela a luz, sempre de noite!
Deliro!!
O frio, o vazio que persiste…
Tragam mais cobertores!
Que me sinto morrer!!

Não ouvem?!
Só, sinto-me só…
Mesmo rodeada, de quem me quer bem…
A solidão, o frio a minha cama…
Frio, sinto frio…aqueçam a minha alma

(Lúcia Machado)

10/11/2007

Naúsea


Quem me tira esta angustia?
Esta náusea do passar dos dias!
A alma acorrentada, o corpo dormente
Que sangra em vales de gritos afundados…rio corrente!

Venham os lobos, em perseguição da carne dilacerada
Rasguem-na! Saciem-se no meu sangue, matem a fome!
Que esta que vêem…não passa de pedaço de matéria orgânica,
Que irá servir de alimento…húmus serei! Mais nada…

Debica-me os olhos!
Alcião, com asas de Sol…
Em dias alciónicos…
Faz da íris o teu mar, o teu ninho…

(Lúcia Machado)

Pinto o rosto, crio a máscara de palhaço


Pinto o rosto, crio a máscara de palhaço
Dispo a tristeza…
Infindável beleza…
No circo da vida…crio cores de emoções,
Invento sorrisos, faço do ser obscuro, alegria incontida,
…Gargalhadas, expressões mistas, criadas num mundo fantasista
Choro…rio…canto…espanto!

A alegria nos rostos…sorrisos rasgados…
Trazem-se o sossego, desejos por vezes camuflados…

A alma que chora…a minha única cúmplice…
E como farrapos, arrasto os pés sangrentos,
De volta ao meu refúgio...questiono
Quem me dá ferramentas, coragem…
Para eu derrubar os meus obstáculos?
Eu amo o horizonte e a miragem
Amo os rios, flores e os desertos…

Desenho o meu abrigo, na tela inexplorada,
Por mais que faça…não sinto nada!


(Lúcia Machado)

08/11/2007

Levaram-te...


Levaram-te! Levou-te o vento
…a maré-alta, nas asas do condor
Afastaram-te de mim…ficando o tormento!
Antes o dia… por ti brilhava
Tua alma em voos livres…a minha fintava

Agora geme sem alento,
Só as noites eternas…ouvem seu lamento
Um suspiro, um desejo…um sonho que se desvanece
Jaz esquecida, em vales perdidos, ilhas encantadas
…e ali permanece

Não sei, se era teu abraço, refúgio do meu coração
Paraíso de tanto encanto…minha luz na escuridão



(Lúcia Machado)

Ao Poeta da minha alma




Tocas nas almas que alguém esqueceu
Quando a vida perdeu o sentido, para os passantes
Que seguem errantes, em busca da paz desejada,
…Nunca encontrada

Procuras ávido, aquilo que o céu não acolheu
Com as tuas mãos, acaricias corações, olhares em sofrimento
Trazes no olhar a doçura…minimizas vidas de tormento

De braços estendidos, como uma criança,
Abraças um mundo de dor, anseias ver sentimentos,
Emoções, transformadas num mundo pleno de paz…de amor

E ao anoitecer, perdes-te nas palavras…
No silêncio das músicas…nas poesias, por ti declamadas
Na arte do silêncio, na melancolia…transformas um novo dia


(Para alguém mt especial)


(Lúcia Machado)

Saudade de ti


Trago no peito a saudade, do teu olhar…
Já não sei andar só pelos caminhos
Mesmo a ausência de ti, me faz lutar…
Contra ventos, tempestades…moinhos

Se não te vejo, imagino-te em busca de mim
Se te vejo…tremo, com a realidade de te perder
Escuto sem te ouvir… e correm os dias assim
E os meus pensamentos! …sensações mistas do querer

Deixo-me ir, onde o vento me leva
Faz da alma, folha perdida, solta pelo ar
Não peço nada a ninguém, só a ela, que me deixe sonhar

E na ponta da espada me deixo morrer…
Que depositas no meu peito? …sinto cheiro de jasmim
Sinto a presença do Poeta, serás tu? Será, que choras por mim?


(Lúcia Machado)

02/11/2007

Meu Zahir


Gostava de criar para ti, o meu coração perfeito
Ser a tua musa inspiradora…ser aquela que amasses
Perder-me de ti, para te encontrar em mim…

Ser poema que sai do teu pensamento
Que pensasses em mim a todo o momento
Que dissesses: hoje sou feliz! Porque hoje eu amo!!

Que olhasses para mim
Como foi um dia, assim…

Pudesse eu ser a noite, o dia…
Ter-te perto de mim, como companhia
Ser a música que te embala

A mão que te acaricia
Os braços que te enlaçam
Ser a tua Lua, Sol, o mar
O beijo desejado
A alma e corpo, por ti amado


(Lúcia Machado)

A outra parte de mim


Já caiu a noite, minha eterna companhia!
Como gosto desta paz! …do silêncio… tudo é ausente
Instala-se em mim, o repouso que chega com a noite fria
Deste lado do tempo…sinto-me guerreira-menina…omnipotente

A maioria gosta do dia, eu não o nego, não!
Apenas aqui, sonho que acordo dentro do meu sonho, que mereço
Para o saber mais certo e real…alma crescendo sem confusão
No dia…deixo um outro pensamento, outro ser, que não reconheço

Sofro uma metamorfose, em palavras decifradas
Alimentada em sombras na voz das estrelas
Esquecem-se histórias, criam-se poesias em ânsias declaradas
A cada instante, renasce, uma, duas, utopias das mais belas

E dá lugar, ao ser diurno, uma outra voz, um outro querer
Como quem tendo sede…vê na escuridão a fonte que a sacia
Perdendo a “lucidez” do cioso tempo, que fica a esmorecer
E a aurora longínqua!...Corpo e alma unidos em plena supremacia


(Lúcia Machado)
... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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