Vejo-te nas leves cortinas que balançam
na tua vontade imposta, pela brisa que me beija
Há sempre um piano que toca ao som do coração
Há sempre uma imagem do teu rosto reflectido
…nas minhas mãos que te aconchegam
plantam no olhar a certeza do sentir
…do sentir, de quem regressou da busca da Alma perdida
derramadas sobre o peito rosado
Em cada movimento
Tacteio, e das pontas dos dedos renascem
Quimeras e cifras vidradas pelos teus passos
Encontro-te entre tecidos esvoaçantes
Os cabelos sedosos
Deslizam as horas em torno do teu olhar
Doce como a breve manhã de orvalho
Amargo como o delicado e altivo trovão
(Lúcia Machado)