“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

18/12/2008

A minha alma é bipolar, tem dias que quer ficar adormecida, sossegada em perfeito estado anestésico...
Outros...quer apenas ficar ausente do corpo…refugiada num qualquer recanto…longe do mundo, muda e isolada numa cabine à prova de som… perdida esquecida…por tudo e por todos…

Outros dias, é tão louca como uma fada enfeitiçada pela floresta…só quer divagar, sonhar, escalar pela montanha dos sonhos, quer gritar ao mundo que nada a intimida, que será sempre uma lutadora, que nada a derruba…
Sente-se capaz de lutar, de se erguer após cada queda… é guerreira, feiticeira, David ou Golias…é ninfa encantada, poeta malfadada…

Hoje…a alma sente-se assim… louca…
Sabe-se lá porquê!
Sinto-me feliz…
...e sem inspiração...

09/12/2008

Presenças...


Pressinto-te, mesmo sabendo que não estás aqui…

Presenças são, as impostas pelo nosso coração…

Ardem, como o vento fugaz…esse, que nos envolve no silêncio da noite

E gritam ao sabor de um tempo escasso e algoz…

Presenças...

Não precisam de ser físicas…basta o nosso amar…

Abraça-me nesta sintonia, embalada, ao som inaudível da tua voz…

Onde todos os sentidos são donos de mim…

Pressinto-te, mesmo sabendo-te ausente…

Mas, a tua presença chega a cada novo amanhecer…

Imposta a cada anoitecer…

Delírios são, os meus olhos cegos, por não te ver…

Mas, mesmo na cegueira que me ofusca…

Vejo-te no sol embriagado pela manhã do teu sorriso…

Pressinto-te…ainda…

Nas asas duma qualquer borboleta estonteante…

Num pirilampo, sinónimo de esperança na noite fria…

Sei-te aqui…onde os meus sonhos são possíveis…

Um lugar onde não é permitida a solidão…

E tudo o que revelo…

Todos os medos, devaneios…

São a tua presença em mim…

Porque, pressinto-te aqui, perto de mim…assim…


(Lúcia Machado)


04/12/2008


Serás apenas, o reflexo do meu querer?
Ou a simples ousadia da minha alma?
Sonho-te, em nuvens encobertas pela Lua que se impõe
E nas estrelas, deposito a minha ténue esperança…
Ela que é tão frágil, como as asas de uma borboleta…
Que rodopia no encanto da luz, e morre antes de lá chegar…
Serás a maresia dos meus olhos,
…Ofuscados pelo meu bem-querer?
Ou a montanha inalcançável do meu adormecer?
Serás o meu devaneio, a minha lágrima derramada?
…Ou simplesmente o meu guia nesta estrada? …
Vivo em constante delírio…
A alma foge-me ao corpo ausente…
E tudo o que sinto…o fogo que me consome…
Será loucura, tempestade em mim, imensidão contida da alma?
Serás o meu delírio ou poema sem nome?
...A voz que me aquece...a mão estendida que me acalma...


…Porque hoje...és tanto!


(Lúcia Machado)

... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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