“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

30/08/2007

Amordaçada


Mais um dia...sinto-me aprisionada,
Amordaçada, desgastada…
Cansada…estou tão cansada!
Cheia desta vida…que me dá tudo…e não me dá nada!
Levanto-me de repente, afasto a cadeira…
Perguntam… (onde vou?)
(Não respondo)
Saio de casa, rumo ao destino incerto…
Corro…corro…sinto a “liberdade” do vento no rosto!
Sinto-me feliz! …a chuva que molha o meu corpo, que lava a minha alma…
Sorrio…procurando abraçar a paz alcançada
Qual louca, perdida?!!!
Deixem-me!!
Quero correr pelas ondas do mar!
Perder-me na luz do horizonte…até me encontrar
Quero ser a simbiose perfeita, entre a tela e o pintor…
As flores… que bailam ao sabor do vento
A música que apaixona…mesmo os distantes
A água em pleno deserto.
A luz que aquece, os corpos nus dos amantes
A chuva que lava as dores da alma
Ser o alimento, para quem tem fome
O poema que nos faz vibrar…nos consome
O amor puro, simples da mãe, pela criança
A orquestra da vida…e um par de namorados
O rio que corre em direcção ao mar
O golfinho em direcção ao pôr-do-sol
As asas para te abraçar
As mãos para te tocar
O vento para te beijar
Quero ser isto tudo
…e quero ser pedra!!
Pedra não sofre, não chora, não ama...existe!!
…Estática, simples e nada!



(Lúcia Machado)

28/08/2007

Reflexo da Alma





Trazes no olhar as estrelas em noite escura

Nas palavras a doçura da alma carente

Fazes do coração um mar de emoções

Navio ancorado, neste corpo aprisionado

...A minha vida um triste fado!

Viver nesta Terra, tão bela!

…e por vezes assolada pelo “Inverno” maleante

Colisão entre sentimentos… usados como eufemismo

Para uma dor menor…

Saberás o que penso? O que sinto?!

Minha alma anseia pela luz de um novo dia

Pudera eu, ter o dom da alegria…

Nada mais me satisfaria, que trazer toda a felicidade

Para esta alma pouco sadia…

Viverei feliz…sabendo a alegria, por ti encontrada

Num mundo onde tudo temos e nada queremos!

Percorrerei esta estrada…

Ansiando o reencontro...das almas perdidas




(Lúcia Machado)

Não ficarei triste




Não ficarei triste…porque vais
Sentirei a tua falta …
Saudades próprias de quem te quer bem…

Irás por onde os sonhos te chamam…
Percorrerás as estradas da vida
Deixando-me para trás…
Não ficarei triste..
Pois sei que estás feliz
E para mim isso basta…

Todos os sentimentos, as palavras ditas…
Não foram em vão…
Conquistaste a minha alma…
Juntaste os pedacinhos…deste pobre e infeliz coração
Guardarei para sempre o teu sorriso o teu olhar doce
O poema declamado por ti…para mim

Não ficarei triste…pois sei que a tua alma ficará liberta, deste mundo que nos dá tudo!
... e nos dá nada!

Lembrar-me-ei do teu rosto, a música, a poesia a tua voz
O filme que nunca vimos…o fado que assistimos
Mas sei que nunca estaremos sós…mesmo eu ausente…terás-me sempre presente
No Sol que te aquece…a chuva que te refresca o vento que te beija…

Não ficarei triste…quero-te bem


(Lúcia Machado)

Cruzamento entre a Lua e o Sol



Tens a noite por companhia,
Perdido… divagas pelos becos de uma vida menor,
Cruzas a ruas da cidade… onde impera a solidão das palavras imperfeitas
Trazendo no coração as lágrimas da verdade,
Arrastas um corpo cansado, desgastado… pela ânsia do saber,
Olhas à tua volta, ouves os gritos das almas perdidas na noite
Procurando a luz do dia, que chega tardia…
Regressas, com o olhar gelado em busca do Sol
Noctívago, aconchegas-te num corpo por ti amado


(Lúcia Machado)

18/08/2007

Reencontro





Encontrei-te sentado na margem do rio…
Estavas calado e o teu olhar contemplava o horizonte…
Pelo teu rosto corria uma lágrima de prata
Debruada com o cinzel a encarnado…
Aproximei-me de ti…segurei a tua mão…
Mão suave…como da mais seda pura se tratasse
Teu olhar cruzou o meu…sem dizer nada…abracei-te…

-Estou aqui…não te deixo…não chores…
Teu perfume…a doçura do teu olhar que tanto gosto…
O macio da tua pele na minha pele…

-Gosto de ti! (digo-te)
És a minha estrela na noite escura, poema inacabado, pela mão do mais belo poeta, minha chuva em dia quente de Verão, meu porto seguro em mar tumultuoso, a música dos amantes apaixonados…Não tenhas medo!... não te quero ver sofrer…não há nada mais belo que lutar por um amor…não me abandones! (peço-te)…luta!! Luta por nós!

Lembras-te?
Do nosso beijo o cruzar do olhar sem nada dizer! O brilho dos teus olhos nos meus?
Aquele abraçar com a respiração ofegante…como se o coração fosse saltar do peito…
O simples toque de mãos…a minha mão na tua…como se a alma estivesse nesse simples contacto…

Não te deixo…estarei sempre aqui…para ti
Beijo teu rosto…
Tu...sem nada dizer...continuavas com aquele brilho no olhar…qual criança feliz, perdida no carrossel da vida…sorriste para mim…abraçaste-me, beijaste-me…
Teus lábios com sabor à mais fresca das amoras…


-Não meu amor…se choro é de alegria por te ter encontrado, os meus braços serão as tuas asas! Não te deixarei cair…confia em mim…

Com o simples olhar, dos teus olhos doces que são meus…
-Acredito em ti…não te deixarei… juntos voaremos pelas nuvens deste céu imenso…
Meu querido…minha vida…meu poeta…meu amor
Serás as minhas asas…e eu…o teu corpo



(Lúcia Machado)

Poemas


Poemas são saudades de tempo passado…
São lágrimas do coração de quem “agoniza”
Trazem analgésico para as dores da alma perdida...


Simples palavras de expressão de sentimentos
Angústias cravadas no peito…
Como uma faca que atravessa os nossos ferimentos


São caravelas da vida…em mar tumultuoso
Alegrias incontidas e por vezes perdidas…
Neste mar de lágrimas sentidas


Não escrevo estes poemas ou lá o que são!
Para agradar a ninguém
Simplesmente são a razão do meu coração


Poemas…São a esperança de um novo amanhecer
Com eles terei um novo dia...irei continuar a viver
Nem que seja…só para escrever




(Lúcia Machado)

Noite


Cai a noite…e o meu pensamento a divagar
Ouço ao longe…
O cão que ladra o gato que mia…
O bebé que chora….até a criança que gemia!

Maldita insónia!
Não me deixa dormir

Meu corpo quer descansar
A cabeça…”cavalgante” pela noite perdida
Olho o céu… as estrelas…
Fragmentos do que sou

Por fim…vencida pelo cansaço
Adormeço…e mesmo assim
Ouço o padeiro, a mulher que chora, homem que grita!
…Com o amanhecer
Acordo sem nada querer!
.Apenas fechar os olhos e…adormecer

Maldita insónia!
Não me deixa dormir



(Lúcia Machado)

Pedaços de mim...


Pedaços de mim...
São meros pensamentos...
Outrora despertos nos sentidos da alegria
Palavras doces…tornadas tormentos


Pedaços de mim...
São um passado ausente…
Coração em felicidade constante
Por um momento...julgado permanente

Pedaços de mim...


São tristezas presentes...
São ilusões, sonhos
São realidades marcadas
…Insistentes


(Lúcia Machado)

vazio





Perdida…vagueio por estes caminhos…
Alma solitária…em busca…não sabe de quê!
Cruzamentos de um vida…nesta estrada cheia de pó e caminhos inóspitos…
… Onde prevalece…
A crueldade e a desmistificação de todos os sonhos…
Sonhos…que fazem do nosso olhar, o olhar de criança…acreditar, sorrir …“viver”

Tristeza…

Uma tristeza que não entendo…
Talvez…pela inocência perdida daquele olhar brilhante…Inexistente!
A perda de todos os sonhos…
De toda uma saudade…
Olhar…difícil de encontrar…





(Lúcia Machado)

Estado d´Alma


Vagueio triste e só…
Por um mundo que não entendo
Sinto o corpo “doente”
A alma carente …

Este mundo que me atormenta
Pelos dias tristes que passam e não trazem nada de novo
Acordar de manha como se a alma pesasse
E o corpo a rejeitasse!

Traz os dias de Sol…
Que me aquecem e me abraçam
Os dias de chuva…
Que me refrescam o corpo e enlaçam

Chuva de prata…
Como lágrimas, que escorrem sem calma
São tudo o que me faz feliz
Segredo…que traduz o estado da minha alma


(Lúcia Machado)

Poema inacabado





As minhas lágrimas, são como tantas outras
As minhas lágrimas com sabor a sal…
Lágrimas de dor, felicidade…
Por elas, perco a minha sanidade

Lágrimas que brotam do meu peito
Pelas tristezas que atravessam o coração
Não sei por quem elas caem…
Talvez por algo ou alguém que causou desilusão

(Lúcia Machado)

Aqui deitada eu me encontro


Aqui deitada eu me encontro…
Entre as paredes do meu quarto
Quarto que conhece os meus desalentos,
As angustias que trago dentro de mim


Procuro entre os lençóis a paz que me resta
Tento adormecer…tentando esquecer
Esta tristeza que me assola
Não consigo!!!


Esta mágoa que trago no peito…
Esta vida que passa e não me olha
Choro as mágoas, as tristezas
Enquanto choro, baixinho entre soluços…
A minha alma sente-se livre… mais leve…


Acabo por adormecer…
Com esta tristeza…com esta certeza,
Que por mais que tente esquecer
Ela não me deixa…
Ela não me deixa…
Ela… não me deixa


(Lúcia Machado)
... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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