“Todas as palavras são a loucura dos Poetas, não fossem elas o próprio sangue que corre nas veias”


(Lúcia Machado)

17/09/2007

Vale dos transviados



Sigo, rumo a casa…
Atravesso as ruas frias e escuras…
Tenho a noite, a Lua e os astros por companhia

Ao longe passa o solitário...pára…encosta-se junto ao muro,
Por baixo da janela da virgem…
Acende o ultimo cigarro, e na solidão do seu olhar…
Sente o vazio que a vida lhe sorteou
Solta-se uma lágrima...
Atinge o solo… como gota de orvalho em terra quente
Cabisbaixo…querendo desviar o seu ultimo vício, tremem-lhe as mãos,
Indigna-se! Pois já não são o que eram!... Juventude passada!
Sente a vida desgastada pela ânsia do aforismo…por ele nunca seguido

Cruzo-me com ele…
Sinto o olhar gélido, da alma perdida, que vagueia no vale dos transviados
Piso a calçada onde vagueiam as almas solitárias…
Chorosas…por um corpo aconchegante onde possam habitar
E ao longe ouço a voz do solitário a soluçar…
Desejoso de sentir o seu fim chegar…
E eu…continuo rumo a casa…sem a minha alma…aconchegar







(Lúcia Machado)

Sem comentários:

... Aqui jazem todas as angústias, os medos, a solidão, as alegrias, as tristezas...
Jazem momentos únicos, momentos irrepetíveis...
....a saudade, o acreditar....
..As lágrimas, o desespero, o renascer...
a morte...
Todos os momentos de uma vida...uns eternos, outros não...
Aqui jaz uma nova esperança... o amor...

...Tu...



(Lúcia Machado)




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