Subi por entre as folhas que relatam a ténue memória. Sentei-me perto dum riacho e apenas bebi... os sons dos pássaros em acordes e palavras rasgadas. Deitei-me sobre o silêncio escondido, vislumbrei o verde sentir. Fechei os olhos e chegaram os dias mornos de Março. Rebolei no pensamento, dei por mim, a cantarolar ao compasso do passo do vento. De leve toquei no céu azul, tomei o gosto das nuvens feitas algodão. Costurei então, um vestido feito da copa das árvores, dancei ao som da orquestra do coração. Deslizei água abaixo, corri ao encontro dos peixes cor prata, provei o néctar servido pelas ninfas do Tejo. De volta ao prado, as folhas brancas da memória, deram lugar a uma história, que começava assim:
“Era uma vez, uma Garça Real…”
2 comentários:
Sublime... essa viagem da Garça Real entre sonhos, memórias onde tudo vale.
Um Bjo
Fatima
Nas asas do vento, trouxe-te um poema:
"As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas...."
Eugénio de Andrade
Adorei visitar-te e de ler esta viagem.
Parabéns pelo momento
Luis
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