dois olhos uma boca, um coração uma espada. Uma lágrima que corre peito abaixo, lavando o pó do corpo cansado. no lugar dos braços, apenas cansaços, e um olhar que deixa lugar à solidão do pensamento. das pernas nascem andarilhos que retrocedem o andar. Um corpo dá à costa embrulhado na espuma do mar. os cabelos são algas, e dentro deles habitam todos os segredos do mundo. no fundo do olhar, crescem rios de sólida lembrança, uma criança sete gatos e um pombo correio. leva notícias deste céu imenso que pernoita na sua voz. veloz sai ao encontro do mendigo que dorme naquela estrada. e da estrada faz a cama onde se deita e deita-se sobre a folhagem esmagada. Esmagada sai a esperança de um sorriso de uma criança. criança que foi e não volta. na volta nunca nasceu verdadeiramente?! será gente?
(Lúcia Machado)
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